Páginas

sábado, 30 de abril de 2011

Despedida



Apenas dois corpos no meio da multidão.
Olhos perdidos por entre as pessoas.
Vazios e molhados lamentam o destino.
Bocas tremulas ensaiam o adeus.
Partindo sonhos e planos na despedida.

Na face o sofrimento visível, nas mãos o apuro de não deixa-lo ir.
Coração amargurado, sucumbido em urgência.
Lavo meu rosto em salobro mar de lágrimas.
Proponho-me, rendo-me, no entanto, serventia nula.

A fina garoa mistura os tons do firmamento.
Trazendo ausências, carências e espinhos.
O vento brando marca a alma compungida.
Inquietude nascem com a chegada da partida.
Contrariando a vontade seguimos a esmo.

Por entre os andantes a estrada é amarga.
Carrego dores na mansidão de meu peito.
Por caminhos turvos e distantes.
Migalhas a vida guardou para mostrar que no fim.
Só restam dos amores desfeitos as lembranças e apreço.
E um vazio costumeiro com a certeza de que nada mais será como era antes.

3 comentários:

  1. Realmente nada será como antes, nunca é, devemos aprender com os acontecimentos passados. Sei que ninguém gosta de perder, mas as vezes é preciso dizer adeus! Bjs

    ResponderExcluir
  2. A despedida carnal até que dá para suportar, mas a espiritual nunca nos consolamos.
    Realmente, doravante, não seremos os mesmos.

    Òtimo poema e bom tema para fazê-lo!

    Abraços!

    ResponderExcluir
  3. Querida Karine... excelente poema, viajei no tempo quase esquecido. Parabéns.

    Beijos

    ResponderExcluir

Obrigada pela sua contribuição e incentivo! Volte sempre!