Apenas dois corpos no meio da multidão.
Olhos perdidos por entre as pessoas.
Vazios e molhados lamentam o destino.
Bocas tremulas ensaiam o adeus.
Partindo sonhos e planos na despedida.
Na face o sofrimento visível, nas mãos o apuro de não deixa-lo ir.
Coração amargurado, sucumbido em urgência.
Lavo meu rosto em salobro mar de lágrimas.
Proponho-me, rendo-me, no entanto, serventia nula.
A fina garoa mistura os tons do firmamento.
Trazendo ausências, carências e espinhos.
O vento brando marca a alma compungida.
Inquietude nascem com a chegada da partida.
Contrariando a vontade seguimos a esmo.
Por entre os andantes a estrada é amarga.
Carrego dores na mansidão de meu peito.
Por caminhos turvos e distantes.
Migalhas a vida guardou para mostrar que no fim.
Só restam dos amores desfeitos as lembranças e apreço.
E um vazio costumeiro com a certeza de que nada mais será como era antes.
Realmente nada será como antes, nunca é, devemos aprender com os acontecimentos passados. Sei que ninguém gosta de perder, mas as vezes é preciso dizer adeus! Bjs
ResponderExcluirA despedida carnal até que dá para suportar, mas a espiritual nunca nos consolamos.
ResponderExcluirRealmente, doravante, não seremos os mesmos.
Òtimo poema e bom tema para fazê-lo!
Abraços!
Querida Karine... excelente poema, viajei no tempo quase esquecido. Parabéns.
ResponderExcluirBeijos