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domingo, 22 de julho de 2012

Por Bendizer-te

Eu te bendigo cada vez que cevo um mate
Cada vez que a noite bate no meu rancho solidão
Eu te bendigo quando a lágrima sentida, 
Embaça as cores da vida, e vem morrer no coração

Eu te bendigo no silêncio desses campos,
Quando a luz do teu encanto enfeitar os sonhos meus
Eu te bendigo por ser teu o meu apego
E se um dia achar sossego, há de ser nos braços teus

Por bendizer-te assim, lábios da cor de carmim,
sabor dos nossos mates madrugueiros...
Essa dor que dói em mim, findará só com um sim
Da fina luz dos teus olhos luzeiros..

Refrão
Por Bendizer-te assim.....

Se te bendigo é por que sei o que digo
Tu és rancho paz e abrigo pra curar a minha dor
Se te bendigo e digo que tenho saudade
Porque amo de verdade, meu desejo minha flor

Se te bendigo é porque já senti teu cheiro 
Nessas tardes de aguaceiro de encharcar até o olhar
Se te bendigo e digo que o meu rancho espera
Que tu sejas primavera pra florir o meu lugar 

Jairo Lambari Fernandes

sábado, 23 de julho de 2011


Encontro-me em um deserto de palavras onde fico parada ali no meio de todas girando ao meu redor e eu sequer consigo agarrá-las. Sinto que estão zombando de mim, passando em frente ao meu rosto e colocando a língua pra fora igual criança levada.
Isso é culpa do vento... É sim, aquele levado passou aqui e devastou minha coleção de letras, espalhando tudo assim e me deixando perdida no meio delas.
Sei que vou levar dias, semanas, meses, anos e todo resto de minha vida para recuperá-las e fazer com que tenham o mesmo significado de antes da passagem dessa tempestade.

segunda-feira, 11 de julho de 2011


Vivemos aos impulsos de nossos sentimentos,
ora sereno,
outrora um tormento.

Momentos meus onde uma imagem transcreve um poema ou uma frase.

sábado, 2 de julho de 2011

Inconstante





Por vezes essa fragilidade que surge sem pedir licença me incomoda.
Me deixa sem defesas, frágil e sentimental.
A ausência, a carência, o sentimento de impotência, me arrebata e me lança para a verdadeira e cruel realidade.
Seguindo contra os princípios que adotei para meus dias...
Inevitável é o vazio que entorpece, que aflige, que castiga...
Que se faz presente por longos e duradouros minutos, marcando e arrastando o tempo, transformando-o em diversas horas.
Que não supre as necessidades que meu coração impõe e meu corpo suplica.
Que tira de mim meu tudo e meu nada, me deixando a mercê dos piores sentimentos que possuo.
Egoísmo
Que gera o ciúme excessivo
Que acumula a raiva
Que expõe o pior de mim.
Que bom se pudesse deixar sempre oculto esse lado que por vezes se revela.
Impedindo assim minha fera mostrar suas garras.
Mas não tenho controle sobre tudo, nem mesmo sobre meus sentimentos absurdos.
Mas é fugaz...
Dura pouco, como o tocar do sol no mar ao se pôr.

sábado, 25 de junho de 2011

Selo - Melhor Blog - Seu Blog é nota 10!


Tô toda boba :D

É com grande alegria que Pra Contrariar a Quietude ganha seu primeiro selo. \o/
Recebi esse presente de um lingo blog, onde a simplicidade, sabedoria, dedicação e muitas outras qualidades são presença em suas postagens, seja em seus textos literários ou em poemas de estilo. Aprendi a seguir, ler, admirar e adotar como amigo, Literatura (folhas soltas) do professor Bento. 
Obrigada meu amigo por mais este presente em forma de reconhecimento e incentivo!

Bom, como ele não vem com nenhuma regra, eu dedico este selo á todos que passarem aqui, os que comentam ou mesmo os que passam e levam consigo minhas poesias, aos blogs que indico que também são merecedores por seus conteúdos, enfim, á todos meus seguidores, leitores e amigos de blogsfera.

Espero que gostem!
Bom final de semana para todos!



sexta-feira, 17 de junho de 2011

Campo e Luz



Mergulha hóstia de luz
No sangue do campo santo
Estende lua teu manto
No orvalho da plenitude
Onde a reza nasce rude
Ajoelhada em campo e luz
E eu benzo o sinal da cruz
Com água benta de açude

Não há templo igual a este
Pro batismo dos pampeanos
Prece oculta dos minuanos
Convergência dos ateus
Simplicidade dos meus
Na procissão das estâncias
Terrunha alma em constância
Aqui mais perto de Deus...

Tenho o terço das estrelas
E a matriz do galpão grande
Deixo que o destino mande
Nos sonhos que campereio
Em cada campo que leio 
Encontro a bíblia da calma
E ascendo a vela da alma
No castiçal dos arreios

Um dia hei de saber 
O motivo da saudade
De um tempo em que a liberdade
Na catedral das manhãs
Tinha um sino de um tajã
Acordando a tolderia
E um rosário de poesia
Sob os olhos de tupã



Compisição: Lisandro Amaral / Cristian Camargo
Melodia: Marcelo Oliveira

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Eterna mente



E...

Despiu-se de seus sentimentos, aqueles mundanos e insones
Os mais ocultos e arredios, inversos de sua mente obscura.
Limpou a alma imersa sobre as criaturas abstratas que vão se formando em sua mente insana.
Proferiu um ultimo suspiro antes da entrega total a luz no fundo do obliquo corredor...

De seus olhos negros lágrimas brotavam com arrependimento e esplendor
Seus lábios pequenos sustentavam um sorriso de transe e encantamento olhando fixamente para a rua que desembocava na estação de ônibus.
Seus braços erguidos, como quem busca um ponto para se segurar, ou até mesmo algo para tocar.

A luz elevou seu corpo branco e esquio
Seus cabelos negros longos varreram o chão da pequena ruela
Flutuando levemente como pluma mergulhou por sobre os braços de quem lhe esperava sobre a cortina de luz
Pode então fechar seus olhos e de leve sussurrar com brandura as palavras:
-Entrego-me.

Meu coração disparado em ritmo acelerado, gritava seu nome e recolhia seus braços embalando meu corpo junto ao dela.
Na tentativa de mantê-la acordada e fora desse transe louco.
Mas minhas iniciativas foram inúteis, pois mais nada adiantava fazer.
De leve foi desfalecendo o corpo deitado no chão frio e úmido
Chorando fiquei ao ver minha pequena morrer entre meus braços.