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sexta-feira, 10 de junho de 2011

Eterna mente



E...

Despiu-se de seus sentimentos, aqueles mundanos e insones
Os mais ocultos e arredios, inversos de sua mente obscura.
Limpou a alma imersa sobre as criaturas abstratas que vão se formando em sua mente insana.
Proferiu um ultimo suspiro antes da entrega total a luz no fundo do obliquo corredor...

De seus olhos negros lágrimas brotavam com arrependimento e esplendor
Seus lábios pequenos sustentavam um sorriso de transe e encantamento olhando fixamente para a rua que desembocava na estação de ônibus.
Seus braços erguidos, como quem busca um ponto para se segurar, ou até mesmo algo para tocar.

A luz elevou seu corpo branco e esquio
Seus cabelos negros longos varreram o chão da pequena ruela
Flutuando levemente como pluma mergulhou por sobre os braços de quem lhe esperava sobre a cortina de luz
Pode então fechar seus olhos e de leve sussurrar com brandura as palavras:
-Entrego-me.

Meu coração disparado em ritmo acelerado, gritava seu nome e recolhia seus braços embalando meu corpo junto ao dela.
Na tentativa de mantê-la acordada e fora desse transe louco.
Mas minhas iniciativas foram inúteis, pois mais nada adiantava fazer.
De leve foi desfalecendo o corpo deitado no chão frio e úmido
Chorando fiquei ao ver minha pequena morrer entre meus braços.

2 comentários:

  1. Karine, que pintura maravilhosa é seu poema!
    Cada palavra é uma pincelada; cada frase um burilada; cada metáfora lapida mais o sentimento gerando a poesia.

    Seus textos sempre me imbuem de emoção e sabedoria.

    Abraços!

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